terça-feira, 8 de maio de 2012

Suspeito de degolar 7 morre em queda de helicóptero

Delegados e suspeitos de chacina em Goiás morrem em queda de helicóptero
Aparecido Sousa estaria em aeronave da Polícia Civil que caiu no interior do Estado

 Helicóptero utilizado pela polícia no caso durante a última semana. Foto: AE

Um helicóptero da Polícia Civil caiu, na tarde desta terça-feira (8/5), em uma fazenda na zona rural de Piranhas (GO), a 30 quilômetros da cidade. Segundo informações da Delegacia de Investigação de Homicídios (DIH), estavam no helicóptero o principal suspeito da chacina de Doverlândia (GO), onde sete pessoas foram degoladas, Aparecido Sousa Alves, 22, os delegados Jorge Moreira, Antônio Gonçalves, Elvis Almir Carrasco, Vinícius Batista, Bruno Carneiro, outro preso e o piloto da aeronave.

A equipe estava retornando para Goiânia depois de realizar a segunda etapa da reconstituição da chacina. Segundo o assessor da Polícia Civil, Norton Luiz Ferreira, o helicóptero teria passado por uma revisão nesta segunda-feira (7/5). Segundo informações do Corpo de Bombeiros, o local é de difícil acesso e não há informações de sobreviventes.

O superintendente da Polícia Judiciária em Goiás, o delegado Antônio Gonçalves, e o delegado de Doverlândia, Vinícius da Silva, estavam responsáveis por conduzir o segundo dia dos trabalhos de reprodução simulada dos fatos. Na primeira parte da reconstituição, realizada na última quinta-feira (3) com a coordenação da delegada-geral de Polícia Civil, Adriana Accorsi, os investigadores teatralizaram, com ajuda de dublês, as duas primeiras mortes: do proprietário da fazenda e do filho dele, mortos dentro da casa.

Nesta terça, a polícia decidiu usar manequins para representar as cinco vítimas mortas na área externa da propriedade. Segundo Antônio Gonçalves, o mudança tem como objetivo facilitar os trabalhos. "Nestas cenas, os corpos serão arrastados no pasto. Com manequins fica mais fácil", explicou o delegado.

Suspeito
Assim como no primeiro dia da reconstituição, o principal suspeito do crime, Aparecido Souza Alves, foi a Doverlândia acompanhar os trabalhos.  "Ele vai falando o que aconteceu, enquanto os peritos vão encenando, filmando e fotografando", detalhou Gonçalves, antes do acidente. Segundo ele, como não há nenhuma testemunha visual dos fatos, essa é uma importante prova técnica para desvendar o caso.

Aparecido, que confessou ser o autor da chacina, chegou a dizer que matou as sete vítimas sozinho. Mas, durante o primeiro dia da reconstituição, disse ter tido ajuda no pai durantes as execuções. A hipótese, apesar de ainda estar sendo investigada, é considerada "difícil", pela polícia. "O pai dele alega que esteve em uma cooperativa até as 15h. Ele teria que ter andado 15 quilômetros a pé em menos de uma hora para estar na fazenda na hora em que o crime começou", diz o superintendente.

Nesta segunda-feira (7), Aparecido passou por novos exames psicólogos. O objetivo é traçar o perfil psicológico do suspeito, que já mudou a versão dos fatos por diversas vezes, tanto sobre a participação de pessoas quanto à motivação. Até agora, segundo o superintendente, a única certeza é que o jovem cometeu os crimes, pois com ele a polícia encontrou o celular de uma das vítimas, roupas sujas de terra e de sangue, além dele ter deixado na casa do pai duas armas, uma delas roubada na fazenda.

O superintendente classifica o caso como emblemático. "Não dá para confiar no que ele diz. Primeiro, disse que seria pago. Depois, que pegaria um dinheiro na casa. Incluiu o próprio pai. Ficou seis horas no local e não levou quase nada", pontua Gonçalves.

Vítimas
No último dia 28 de abril, sete pessoas foram degoladas em uma fazenda na zona rural de Doverlândia. Morreram o dono da fazenda e o filho dele, um caseiro da propriedade e dois casais que haviam ido visitar o fazendeiro. Além do principal suspeito, outras três pessoas estão presas. Segundo a polícia, eles foram ouvidos e negaram participação no crime.
IG

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